09.05.2020 | Felipe Giovanni Mazucato e Luís Felipe Stucchi
Enquanto setores mais tradicionais da economia brasileira vêm sofrendo as consequências do Covid-19, outros vêm fazendo da crise uma oportunidade, especialmente os mais digitalizados. Nesta sexta-feira, o MercadoLivre já valia mais do que o Banco Itaú, e caso compusesse o Ibovespa, negociaria atrás apenas da Vale e da Petrobras.
Outras empresas que se destacaram em meio às quedas do mercado foram a Magazine Luiza e a B2W (Gráfico 2). As recentes altas nessas empresas foram desencadeadas com o resultado do MercadoLivre no 1T20 divulgado na terça-feira (05/05/2020), o qual, mesmo sendo uma Companhia argentina, arrecada cerca de 64% de sua receita no Brasil e mostrou uma alta de 37,6% na cifra em comparação ao 1T19. Com isso, enfatizou-se a percepção da mudança nas tendências de consumo: o consumidor está acelerando a preferência pelo digital (Gráfico 3).
Essa tese também foi corroborada pelos resultados de B2W divulgados na quinta-feira (07/05/2020), que apresentaram alta de 31,8% na receita do 1T20 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Por conta disso, outras varejistas que ainda não estavam tão preparadas quanto seus pares para essa nova realidade, como Lojas Renner e Via Varejo, não reagiram no mercado com o mesmo entusiasmo.
Dessa forma, podemos concluir que o coronavírus acelerou drasticamente a digitalização do varejo, e as novas expectativas já estão sendo incorporadas nos preços. Tivemos uma semana muito movimentada no mercado para os setores mais ligados ao digital, como o de varejo eletrônico.
Com auxílio da plataforma Factset, a nossa equipe de Equity Research compilou os principais acontecimentos desta semana nesse setor. Agradecemos imensamente à FactSet Research Systems pela imensa oportunidade de fazermos uso da excelente ferramenta.